Decroly estudou sobre a psicologia infantil, o desenvolvimento da criança e a preservação da liberdade. Assim, as considerações da vida mental do indivíduo como unidade foram, por ele, apresentadas como um todo. Desta forma apontou para a globalização do ensino multidisciplinar e sem compartimentalização. Nasce aí os Centros de Interesse.
Decroly apresenta, de acordo com Cinel (2004), que as necessidades vitais da crianças são importantes para serem consideradas em sua aprendizagem como: alimentação; luta contra interpéries; agir, trabalhar solidariamente, descansar, divertir-se, desenvolver-se; defesa contra perigos e inimigos. Contudo, com os Centros de Interesse, essas necessidades não desaparecem, desloca-se para um significado em uma realidade próxima da criança.
Pensar sobre os Centros de Interesse em minha prática levou-me a refletir sobre as necessidades vitais de meus alunos, principalmente no que diz respeito ao frio e a alimentação. Nos dias de frio e chuva muitos alunos não comparecem às aulas devido à falta de roupa, alguns alunos vêm de bermuda, outros de manga curta. Na hora do recreio não querem ir para o pátio, porque o frio é intenso e suas roupas não são adequadas. Todos vão para o refeitório, contudo não conseguem comer muito, mas pedem se podem guardar o alimento para comer depois, ou em casa.
Como esses alunos vão se desenvolver academicamente com frio e fome? Para isso, formular objetivos que envolvam a realidade do aluno com vistas as suas necessidades é mobilizar a escola em conscientização de solidariedade. Um dos pontos a serem discutidos é justamente os pontos de vista para atingir o desenvolvimento desses alunos. Formular objetivos, selecionar conteúdos e proporcionar situações de experiência que desafiem essas crianças é fundamental para que o professor tenha sucesso em sua prática.
Referência
Cinel, Nora Cecília Bocaccio. Revista do Professor, Porto Alegre. N° 20. Abr-jun de 2004.
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