Nesta última semana tivemos que refletir sobre a sociedade moderna e sua atual conjuntura no sistema escola. Sabe-se que o modelo escolar segue o mesmo padrão que foi implantado pelos padres jesuítas na época da colonização brasileira, pouco ou quase nada mudou no que tange a estrutura, mas a sociedade não é mais a mesma. E, hoje, nossos desafios são outros. Vivemos em uma sociedade que negligencia os serviços sociais e classe popular. Como dar conta de crianças desprovidas de vivências que lhe são negadas na primeira infância por falta de perspectivas sociais e excesso de preconceitos?
De acordo com Luciani Missio, a sociedade não é mais um modelo sólido e estruturado, há uma tomada de consciência que busca pela razão e crê em um futuro melhor. A escola mergulha em crise, pois ao mesmo tempo que busca sair de um monoculturalismo para um multiculturalismo incide sobre uma cultura dominante que rege o saber. Sendo assim, o papel da escola vai se reajustando e o conhecimento que era somente adquirido na escola passa a se utilizar das informações vindas de fora. Contudo, há uma segregação cultural, que permeia os campos do saber, pois a cultura de massa não está calcada na visão crítica e formadora de opinião. É a escola que deve buscar desenvolver integralmente o senso crítico e estabelecer significados aos seus alunos.
No filme "Quanto vale ou é por quilo" temos o exemplo de uma sociedade totalmente corrompida pela falta de valores morais, éticos e sociais. A classe dominante iniciou um programa de auxílio as camadas populares, pelo fato de que era "bonito" ajudar aos necessitados e insidia descontos em impostos. Porém, esses donativos eram desviados, pela empresa responsável pelo serviço social, o que gerou uma insatisfação nos idealizadores dos projetos. A classe popular, por sua vez, ignorante aos conhecimentos burocráticos calava-se e aceitava bestialmente o que lhes era oferecido.
Infelizmente, a realidade de nossa sociedade não é diferente desta apresentada no filme. Para que haja uma mudança de consciência é preciso que a escola deixe de ser um local de mera reprodução e passe a ser um lugar onde a criação transforme o ser em cidadão atuante socialmente.
Como priorizar a criação, a criticidade na formação de nossos alunos? De que estratégia podemos lançar mão para tais objetivos? De que forma imbricamos as culturas dominantes e de massas nessas perspectivas?
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