A trajetória histórica da EJA no Brasil passa por várias configurações buscando sempre solucionar os altos índices de analfabetismo. As lacunas existentes no sistema regular de ensino também visam ser corrigidas por essa modalidade. Sendo assim, a proposta pedagógica para EJA é voltada para educação compensatória; supletiva; emergencial. Além desses problemas, havia necessidade de qualificar mão de obra para o trabalho.
Na história da minha família, minha mãe fez o Ensino Supletivo para finalizar o Ensino Fundamental, pois precisava trabalhar e, em sua infância, as mulheres não precisavam frequentar a escola, somente aprender a ler. Minha avó era analfabeta, tentou fazer o mobral, mas desistiu porque tinha que cuidar dos filhos, do marido e da casa. Lembro que minha mãe i nas aulas à noite, mas meu pai não gostava. Os homens não queria que as mulheres estudassem. Foi uma época muito difícil.
Na atualidade, vejo que os alunos "problema" para as séries finais e multirrepetentes quando fazem 15 anos são encaminhados para EJA. Não há uma preocupação com o desenvolvimento da educação a fim de atingir esses jovens que não conseguem seguir em uma escola regular, não há um questionamento sobre o porquê das repetências, porquê das evasões nos anos finais. Não há uma política para juventude, que defenda seus direitos de permanecer na escola e de qualificação para o trabalho.
Por fim, acredito que após tantas mudanças na estrutura da EJA, ainda nos faltam políticas que atendam a clientela jovem do nosso país.
Referências Bibliográficas
FRIEDRICH, Márcia et al . Trajetória da escolarização de jovens e adultos no Brasil: de plataformas de governo a propostas pedagógicas esvaziadas. Ensaio: aval.pol.públ.Educ., Rio de Janeiro , v. 18, n. 67, p. 389-410, June 2010 .
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