domingo, 15 de abril de 2018

Comênio e a Educação

Quem diria que há séculos atrás, haveria alguém preocupado com a metodologia de ensino e que essa pudesse ser tão atual como a que vivemos hoje. Comênio nasceu em Niwnitz, Morávia, em 1592. Publicou seu primeiro livro em 1616, Preceitos para uma gramática facilmente ensinada. Em 1631, publicou a enciclopédia "Porta aberta das línguas" e em 1658 "O mundo em imagens", primeiro texto ilustrado que aparece na história da pedagogia. Ele se esforçava para ensinar mais facilmente, rapidamente e de forma eficaz.

Tinha interesse em universalizar o ensino, ensinando tudo a todos, pois acreditava que todas as pessoas deveriam ser educadas. Sua metodologia visava os seguintes aspectos:
  1. Religiosidade da época;
  2. Educação para todos;
  3. Respeitar a capacidade de compreender do aluno;
  4. Não sobrecarregar as aulas;
  5. iniciar do fácil para o difícil;
  6. Cuidar da motivação dos alunos;
  7. Incentivar que os alunos ajudem uns aos outros;
  8. Alternar o trabalho com descanso;
  9. Bom relacionamento entre professor e aluno.
Todos esses quesitos para universalização do ensino ainda são utilizados nos dias de hoje. Quando li a história metodológica de Comênio, logo pensei em minhas aulas e em como ainda nos dias de hoje lutamos para universalizar o ensino. Pensando assim, podemos observar, também, a luta pela Educação de Jovens e Adultos, que é essencial para emancipação social e cultural de um indivíduo.

Se a escola regular e o sistema social de garantias de educação de qualidade e permanência na escola atingisse aos cidadãos brasileiros, ainda na infância, a trajetória de vida das pessoas seria melhor.


Referências Bibliográficas

GASPARIN, João Luiz. Comênio ou da arte de ensinar tudo a todos. Campinas: Papirus, 1994. p. 41-42.

 DOLL, Johannes; ROSA, Russel Teresinha Dutra da. A metodologia tem história. In: _______ (orgs.). Metodologia de Ensino em Foco: práticas e reflexões. Porto Alegre: UFRGS, 2004, p.26-29

COMÉNIO, João Amós. Didácta Magna: tratado da arte de ensinar tudo a todos. 4. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1996. 525 p. 

segunda-feira, 2 de abril de 2018

Educação de Jovens e Adultos

A trajetória histórica da EJA no Brasil passa por várias configurações buscando sempre solucionar os altos índices de analfabetismo. As lacunas existentes no sistema regular de ensino também visam ser corrigidas por essa modalidade. Sendo assim, a proposta pedagógica para EJA é voltada para educação compensatória; supletiva; emergencial. Além desses problemas, havia necessidade de qualificar mão de obra para o trabalho.

Na história da minha família, minha mãe fez o Ensino Supletivo para finalizar o Ensino Fundamental, pois precisava trabalhar e, em sua infância, as mulheres não precisavam frequentar a escola, somente aprender a ler. Minha avó era analfabeta, tentou fazer o mobral, mas desistiu porque tinha que cuidar dos filhos, do marido e da casa. Lembro que minha mãe i nas aulas à noite, mas meu pai não gostava. Os homens não queria que as mulheres estudassem. Foi uma época muito difícil.

Na atualidade, vejo que os alunos "problema" para as séries finais e multirrepetentes quando fazem 15 anos são encaminhados para EJA. Não há uma preocupação com o desenvolvimento da educação a fim de atingir esses jovens que não conseguem seguir em uma escola regular, não há um questionamento sobre o porquê das repetências, porquê das evasões nos anos finais. Não há uma política para juventude, que defenda seus direitos de permanecer na escola e de qualificação para o trabalho.

Por fim, acredito que após tantas mudanças na estrutura da EJA, ainda nos faltam políticas que atendam a clientela jovem do nosso país.



Referências Bibliográficas

FRIEDRICH, Márcia et al . Trajetória da escolarização de jovens e adultos no Brasil: de plataformas de governo a propostas pedagógicas esvaziadas. Ensaio: aval.pol.públ.Educ.,  Rio de Janeiro ,  v. 18, n. 67, p. 389-410,  June  2010 .

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