O estudo voltado aos alunos com necessidades especiais é algo novo no Brasil, porém essa luta é muito antiga. De acordo com Rodrigues (2008), desde o início dos tempos as crianças que eram portadoras de deficiência eram abandonadas por suas tribos, deixadas para morrer, porque devido a necessidade de sobrevivência da época as pessoas deveriam ser capazes de contribuir com sua tribo e se não tivessem nada para dar em troca para sua comunidade, não eram bem vindos.
Com a chegada do cristianismo, essa mentalidade mudou e as pessoas passaram a abandonar suas crianças em centros religiosos para que as mesmas fossem cuidadas por monges e freiras. Havia inclusive locais determinados para o abandono, assim não corriam o risco de ir para o inferno. Quando a deficiência era mental essas pessoas eram escondidas em casa, ou iam para circos. Rodrigues (2008) afirma ainda que somente na Idade Moderna as deficiências foram vistas como problema médico e a partir daí iniciaram-se estudos para os casos e a escola passou a ser o local para essas pessoas.
No Brasil, a partir do século XVIII começaram os primeiros movimentos em relação aos deficientes. Mas foi no século XIX que criaram o Instituto Benjamin Constant para a educação de cegos e a partir daí as demais pessoas portadoras de necessidades especiais passaram a ser percebidas. Contudo, não tinham voz suficiente para suas reivindicações, somente a partir do século XX que as APAEs iniciaram atividades no Brasil. E foi nos anos 70 e 80 que houve a maior movimentação em relação aos direitos de igualdade e cidadania para os portadores de necessidades especiais.
Entretanto, nem tudo são flores, as leis existem, mas sua aplicação não corresponde ao esperado. Ainda hoje, já no século XXI, essas leis não são cumpridas, deixando várias crianças fora da escola, ou em condições precárias.
Gostaria de ressaltar uma frase que ouvi de um entrevistado no vídeo Políticas Públicas para Portadores de Necessidades Especiais:
"Não sou só eu que sou deficiente, o ambiente também é, porque se não fosse, minha deficiência não seria percebida." (Lúcio Coelho David)
Referências:
História do Movimento Político das Pessoas com Deficiência no Brasil
https://www.youtube.com/watch?time_continue=2&v=oxscYK9Xr4M acessado em 08/09/2017
Rodrigues, Olga Maria Piazentin Rolim. Educação especial: história, etiologia, conceitos e legislação vigente / Olga Maria Piazentim Rolim Rodrigues, Elisandra André Maranhe. In: Práticas em educação especial e inclusiva na área da deficiência mental / Vera Lúcia Messias Fialho Capellini (org.). – Bauru: MEC/FC/SEE, 2008.